Resenhado por Douglas Campanhol

Título Original: Captain America: Brave New World
Título no Brasil: Capitão América: Admirável Mundo Novo
Direção: Julius Onah / Roteiro: Malcolm Spellman, Dalan Musson
Elenco Principal: Anthony Mackie como Sam Wilson/Capitão América; Harrison Ford como Thaddeus “Thunderbolt” Ross/Hulk Vermelho; Danny Ramirez como Joaquin Torres/Falcão; Shira Haas como Ruth/Viúva Negra; Giancarlo Esposito como Coral/Líder da Sociedade das Serpentes
Gênero: Ação / Aventura / Político Duração: 2h18min
Ano de Lançamento: 2025
“Um filme de Sam Wilson sem Sam Wilson como protagonista.”
Resenha
Antes de mais nada, é importante dizer que Capitão América: Admirável Mundo Novo não é um filme ruim. Ele entrega uma trama política interessante e atuações sólidas, especialmente de Harrison Ford e Shira Haas. Contudo, o grande problema do filme é sua crise de identidade: ele parece mais uma continuação do O Incrível Hulk (2008) do que uma história dedicada a Sam Wilson como o novo Capitão América.
O primeiro ato do filme é um verdadeiro teste de paciência. Grande parte é dedicada a explicar eventos do filme de 2008 e da série Falcão e o Soldado Invernal. Para quem já assistiu essas produções, o excesso de diálogos expositivos soa redundante; para quem não assistiu, essas explicações podem ser confusas e interrompem o ritmo da narrativa. É frustrante ver tanto tempo gasto com recapitulações, quando o filme poderia simplesmente seguir em frente com sua história.
A sombra de Steve Rogers é outro elemento que prende o filme. Apesar de Sam Wilson já ter sido oficialmente apresentado como o novo Capitão América na série, Admirável Mundo Novo volta a explorar os dilemas de substituir Steve. Essa dependência de um personagem que já se despediu do MCU impede que Sam brilhe plenamente. Ao invés de ser uma celebração do novo Capitão, o filme se perde em homenagens e questionamentos que já foram resolvidos.
Infelizmente, as cenas de luta são um dos pontos mais fracos do filme. A direção falha em criar momentos impactantes, com lutas confusas, cortes excessivos e coreografias que não empolgam. Mesmo as cenas que deveriam ser emocionantes são comprometidas por escolhas visuais fracas e por piadas fora de hora, que quebram o tom e diminuem a seriedade dos momentos.
Por outro lado, a trama política é bem estruturada, abordando temas como o controle de adamantium e tensões globais. Harrison Ford se destaca como Thaddeus Ross, trazendo um peso dramático ao papel de presidente dos Estados Unidos e eventual Hulk Vermelho. Shira Haas, como Ruth, é outro ponto alto. Apesar de pequena em estatura, sua presença nas cenas é marcante. Pena que seu papel diminui consideravelmente no terceiro ato, o que é uma oportunidade perdida para aprofundar sua personagem.
O terceiro ato do filme promete uma grande reviravolta, mas entrega uma solução anticlimática para o conflito principal. A cena pós-créditos, no entanto, traz um pouco de redenção, sugerindo caminhos interessantes para o futuro do MCU.
Nota: ★★★☆☆ (3/5)
Curiosidades Sobre o Filme
– Refilmagens Extensas: O filme passou por várias refilmagens, que alteraram significativamente a trama e atrasaram o lançamento. Essas mudanças visavam corrigir problemas de narrativa, mas resultaram em inconsistências no tom.
– Comparação – Capitão América: Nos quadrinhos, Sam Wilson assume o escudo com total apoio de Steve Rogers, enquanto no filme essa transição é mais turbulenta, refletindo o receio da Marvel em lidar com a mudança.
– Comparação – Hulk Vermelho: Nos quadrinhos, o Hulk Vermelho é um mistério por muito tempo, enquanto no filme sua introdução é óbvia desde os trailers, o que diminui o impacto de sua revelação.
– Cena Pós-Créditos: A cena pós-créditos sugere a introdução de um novo vilão que pode mudar o rumo do MCU, deixando os fãs curiosos sobre as próximas produções.
– Shira Haas como Destaque: A atriz israelense, conhecida por Nada Ortodoxa, estreia no MCU como uma Viúva Negra. Sua performance em cenas de luta foi elogiada, mas seu papel merecia mais tempo de tela.
Assista o trailer: