Resenhado por Douglas Campanhol
Ficha Técnica:
- Título Original: The Crow
- Data de Lançamento: 22 de agosto de 2024
- Duração: 1h 51min
- Gêneros: Ação, Policial, Fantasia, Suspense
- Direção: Rupert Sanders
- Roteiro: Zach Baylin, William Schneider
- Elenco: Bill Skarsgård, FKA Twigs, Danny Huston
- Classificação: Não recomendado para menores de 18 anos
E aí, já assistiu O Corvo? Se ainda não, prepara-se para uma viagem sombria e intensa, cheia de vingança e emoção. Confesso que, apesar de algumas críticas, eu curti bastante o filme! Tem gente falando que é “impossível de assistir”, mas sinceramente? Eu adoraria ver de novo.
No começo, o filme pode parecer um pouco arrastado, mas quando ele pega o ritmo, não dá mais para desgrudar os olhos da tela. E, sério, as cenas de luta e ação são maravilhosas, com aquele toque dark que só O Corvo sabe fazer. A fotografia é espetacular, trazendo uma atmosfera que lembra bastante Gotham, com aquela cidade escura e opressora que combina perfeitamente com a vibe do filme.
Agora, o que dizer do Bill Skarsgård? O cara entrega tudo em sua atuação como Eric Draven. Ele carrega uma energia sombria e intensa que faz você torcer por ele, mesmo sabendo que ele está em uma missão de vingança. É aquele anti-herói que você não consegue não gostar, sabe? E, claro, a FKA Twigs também manda bem como Shelly, com uma química entre os dois que é palpável, mesmo que boa parte do filme envolva ele tentando trazê-la de volta dos mortos.
Com tudo isso, minha nota final é quatro estrelas: ⭐⭐⭐⭐. Quase cinco, mas aquele começo lento não me deixou totalmente satisfeito.
Corvo no cinema:
Além de todas as emoções que O Corvo de 2024 traz, não dá para falar sobre essa franquia sem mencionar a pesada bagagem histórica e o legado deixado pelos filmes anteriores, especialmente o primeiro, de 1994, que se tornou um verdadeiro cult do cinema.
O O Corvo original, estrelado por Brandon Lee, é um filme cercado por mistério, tragédia e até algumas teorias conspiratórias. Brandon, filho da lenda das artes marciais Bruce Lee, infelizmente faleceu durante as filmagens em um acidente trágico. Ele foi baleado em cena com o que deveria ser uma arma carregada com balas de festim, mas que, devido a um erro fatal, continha um projétil verdadeiro. Esse incidente não só abalou a produção como também gerou uma série de teorias da conspiração envolvendo maldições, coincidências bizarras e especulações sobre a misteriosa morte de seu pai.
Desde então, o filme de 1994 é visto como amaldiçoado por muitos fãs, e essa aura sombria contribuiu para o status lendário que O Corvo conquistou. E não é só isso: o personagem de Eric Draven, que retorna do mundo dos mortos para vingar a morte de sua amada, tornou-se um ícone da cultura pop, simbolizando uma mistura de dor, vingança e romance gótico que marcou uma geração inteira.
Agora, 30 anos depois, o remake de 2024 tenta trazer essa história para um público novo, mas com algumas diferenças importantes. Enquanto o filme original é mais contido e focado na atmosfera gótica com uma trilha sonora marcante que até hoje é lembrada, esta nova versão investe mais em cenas de ação elaboradas e numa estética que lembra muito o universo sombrio de Gotham, como comentei antes. As lutas são mais intensas e os efeitos visuais modernos dão um ar mais dinâmico à trama, mas sem perder aquele toque melancólico que fez do filme original algo tão especial.
Bill Skarsgård, por sua vez, traz uma interpretação diferente de Eric Draven. Enquanto Brandon Lee trouxe uma intensidade quase silenciosa, cheia de dor e poesia, Skarsgård entrega uma performance mais visceral, focada na raiva e na vingança, o que dá um tom diferente ao personagem. Isso não é algo negativo; é apenas uma nova abordagem que talvez ressoe mais com os espectadores de hoje.
E claro, há uma grande diferença na narrativa. No filme de 1994, Eric e Shelly eram um casal feliz, brutalmente assassinado na noite anterior ao seu casamento. Já na versão de 2024, a história é um pouco mais sombria, com Eric sendo um viciado em drogas que encontra a redenção ao lado de Shelly. Essa mudança adiciona camadas diferentes ao personagem e ao seu desejo de vingança.
Por fim, mesmo com todas as críticas e comparações, O Corvo de 2024 consegue se sustentar sozinho, trazendo de volta um personagem icônico para as novas gerações, enquanto presta uma homenagem ao legado de Brandon Lee e à história trágica que envolveu a produção do primeiro filme. Se você curte uma boa história de vingança com uma pitada de misticismo, essa nova versão vale a pena conferir, nem que seja só para reviver um pouco da magia sombria que O Corvo sempre trouxe às telonas.
Covo nos quadrinhos:
Para entender toda a essência de O Corvo, precisamos voltar às suas origens nos quadrinhos. Criada por James O’Barr, a graphic novel lançada em 1989 é uma obra que transcende o simples entretenimento, mergulhando profundamente na dor, na perda e na busca por vingança. O’Barr criou O Corvo como uma forma de lidar com sua própria dor pessoal após perder sua noiva em um trágico acidente, e essa angústia permeia cada página dos quadrinhos. A estética gótica, os temas sombrios e o tom poético da obra fizeram dela uma referência importante no mundo dos quadrinhos, especialmente entre os fãs de histórias com uma pegada mais introspectiva e melancólica.
No universo dos quadrinhos, O Corvo rapidamente se tornou um ícone do movimento gótico, abordando temas que ressoam profundamente com esse estilo de vida: luto, amor perdido, redenção e a eterna luta entre o bem e o mal. A influência da graphic novel é sentida até hoje, não só nos quadrinhos, mas em várias outras formas de arte, desde a música até a moda, consolidando O Corvo como um símbolo da cultura gótica.
Quanto à fidelidade do filme de 2024 em relação aos quadrinhos, podemos dizer que ele se mantém fiel aos temas centrais da história de O’Barr, especialmente na representação da dor e da vingança. No entanto, algumas mudanças foram feitas para adaptar a narrativa ao cinema contemporâneo, como a intensificação das cenas de ação e algumas alterações no pano de fundo dos personagens. Apesar dessas mudanças, a essência sombria e poética dos quadrinhos ainda está muito presente, especialmente nas cenas que exploram o luto de Eric Draven e sua conexão espiritual com o corvo.
Se você é fã dos quadrinhos ou simplesmente ama uma boa história gótica cheia de ação e emoção, não perca a chance de conferir O Corvo no cinema. É uma oportunidade única de reviver um clássico que continua a cativar e inspirar novas gerações. Então, prepare-se para mergulhar em um mundo sombrio e cheio de mistério—O Corvo espera por você na telona!
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