primeira imagem do telescópio James Webb, o maior já lançado ao espaço, foi revelada nesta segunda-feira (11) em um evento na Casa Branca do qual participou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A fotografia mostra “um grão de areia na ponta de um dedo de um braço erguido”, segundo a analogia feita pelo diretor da Nasa, Bill Nelson, que se referiu ao espaço fotografado como “uma pequena porção do universo”.
Na imagem aparece uma área do espaço chamada SMACS 0723, onde enormes aglomerados estelares funcionam como uma lupa devido à sua enorme atração gravitacional, amplificando a luz de galáxias passadas. Trata-se de um dos locais mais estudados pelo telescópio Hubble, embora a fotografia revelada hoje tenha uma resolução e um nível de detalhes nunca antes vistos devido à complexidade do Webb, que servirá, entre outras coisas, para substituir o Hubble.
– Essas imagens lembrarão ao mundo (…) que não há nada além da capacidade dos americanos – disse Biden durante seu discurso antes da apresentação da fotografia.
O James Webb é operado em conjunto pela Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA). O evento desta segunda serviu para oferecer uma amostra do que se tornará uma sucessão de revelações a partir desta terça (12), à medida que as agências espaciais divulgarem, uma a uma, as primeiras imagens para uso científico do telescópio.
Até agora, o telescópio observou apenas aglomerados estelares em locais bem estudados, como a Grande Nuvem de Magalhães, para testar a calibragem de seus instrumentos.
– Estamos olhando mais de 13 bilhões de anos atrás no tempo – declarou Nelson, explicando que o telescópio Webb permitirá que os cientistas estudem a luz das primeiras estrelas que se formaram no universo. Segundo ele, ainda será possível verificar “se existem planetas habitáveis, graças ao fato de podermos determinar a composição química de sua atmosfera com o telescópio”.
Além da imagem revelada nesta segunda, espera-se que as agências espaciais revelem fotografias da Nebulosa do Anel do Sul, da Nebulosa Carina e do Quinteto de Stephan, entre outros alvos cósmicos populares entre os astrônomos.
Desde que o telescópio conseguiu desdobrar seu enorme espelho em forma de hexágono no início deste ano, todos os sistemas, câmeras, espectrógrafos e coronógrafos de última geração tiveram um desempenho acima das expectativas dos cientistas.
No entanto, no último mês de maio, sofreu um pequeno impacto de um micrometeorito maior do que os engenheiros esperavam que tivesse que lidar onde está no espaço. Ainda assim, especialistas dizem que ele continua a funcionar em um nível que “excede os requisitos da missão, apesar de um efeito marginalmente detectável nos dados”.
Fonte: Pleno News