Profissionais do Hospital Universitário de Brasília elaboraram um laudo.
Médicos do Hospital Universitário de Brasília elaboraram um laudo, que conclui que Sandra Mara Fernandes, esposa do personal trainer Eduardo Alves, apresenta sinais de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pelo jornal O Globo.
Sandra tem 33 anos e é comerciante. Ela está internada há pouco mais de 20 dias, desde que foi flagrada tendo relações sexuais com o morador de rua Givaldo de Souza, de 48 anos. O caso aconteceu em Planaltina (DF).
Ao jornal carioca, a advogada Auricelia Vieira de Souza, que representa o casal, não quis antecipar se o laudo poderá ser usado para reforçar a teoria de que o sem-teto teria se aproveitado do estado de fragilidade de Sandra. Ela afirmou que confia no trabalho de investigação da polícia.
– Seria leviano a gente antecipar qualquer tese. Nós confiamos no trabalho da polícia. É uma análise multidisciplinar. Nossa atuação é humanizada, graças a Deus. Em torno da violência sexual, há uma órbita de teses que podem ser exploradas, um aspecto por si só não pode tratado como palavras ao vento – diz a advogada, afirmando que, ao dar entrada no hospital, logo após o ocorrido, Sandra estava em choque e recebeu tratamento específico para vítimas de vioilência sexual, entre eles, o profilaxia para pós-exposição ao HIV – disse Souza.
A advogada explicou ainda que o documento foi feito para atender a parâmetros médicos e também jurídicos porque nele se baseia o argumento de que Sandra pode ser representada pelo marido perante a Justiça.
De acordo com o relatório dos médicos, desde que deu entrada no hospital, a esposa de Eduardo apresenta alucinações auditivas, “delírios grandiosos e de temática religiosa”, hipertimia — alteração de humor —, falso reconhecimento, além de “comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”.
A equipe médica apontou ainda que Sandra demonstra um comportamento com “gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade”.
A advogada disse que ainda não há prazo de alta para a mulher ser liberada do hospital. Ela afirmou que a doença psiquiátrica era desconhecida por Eduardo, que vive com Sandra há cerca de 3 anos.
– O Eduardo não tinha conhecimento dos problemas de saúde dela até então. Ele só fica sabendo quando acontece o episódio. Naquele momento, ao encontrá-la, ele percebe que a Sandra, que agia de forma muito diferente, estava em choque. Ela não apresentava mais pensamento organizado. Naquele dia, até então, tinha cumprido todas as suas funções normais como dona de casa e mãe. Levou a filha na escola, foi ao dentista, trabalhou em sua loja de roupas – revelou Auricelia.
O laudo foi anexado ao processo sobre perfis falsos, que foram feitos com os nomes de Eduardo e Sandra.
ENTENDA O CASO
Eduardo Alves, de 31 anos, espancou um morador de rua, em Planaltina (DF), após pensar que o sem-teto estava estuprando a esposa dele. O caso aconteceu no dia 9 de março.
Câmeras de monitoramento registraram as agressões. O flagrante do personal aconteceu em frente a um Centro de Ensino Fundamental Paroquial. Ao se aproximar, ele viu o carro usado pela esposa dele e viu a companheira e o sem-teto fazendo sexo dentro do veículo.
Em um áudio, a esposa do educador físico disse aos agentes que as relações foram consentidas. Ela teria dito ainda que havia recebido uma “mensagem de Deus” para ajudar o homem com quem foi flagrada.
Todos os envolvidos foram para a 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que está responsável por investigar o caso.
Eduardo prestou depoimento e foi liberado, mas poderá responder por lesão corporal por ter agredido o homem que estava com a mulher dele.