Presidente lamentou a repressão das autoridades aos manifestantes contra o governo da Ilha.
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou os protestos ocorridos em Cuba no último domingo (11) para criticar o socialismo e cobrar direitos essenciais para a população da Ilha.
Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada sobre o risco de se implantar um sistema político semelhante no Brasil, Bolsonaro criticou a resposta das autoridades cubanas aos manifestantes, com “borrachada, pancada e prisão”, e criticou, sem citar nomes, adversários políticos que já se reuniram com mandatários de países como Cuba e Venezuela.
– Estão querendo viver como os cubanos e os venezuelanos – disse o presidente nesta segunda-feira (12), disparando que “não tem mais cães e gatos na Venezuela, [porque] comeram tudo”.
Milhares de cubanos foram às ruas no último domingo (11) para protestar contra cortes de energia elétrica e falta de remédios no período agudo da pandemia do novo coronavírus no país, que registrou 6.923 casos e 47 mortes por Covid-19 em 24 horas.
O primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, Miguel Díaz-Canedo, culpou os Estados Unidos pela crise e insuflou um clima de tensão ao convocar apoiadores do regime a saírem às ruas em resposta às manifestações.
– Estamos convocando todos os revolucionários, todos os comunistas, a irem às ruas onde existirem esforços para produzir essas provocações – disse o chefe de Estado em discurso transmitido em rede nacional.
Ele é o terceiro a comandar o país em mais de 60 anos.
Armada com metralhadoras, a polícia reprimiu manifestantes com spray de pimenta e golpes de cassetete. Houve tumultos e prisões, segundo relatos.
Em menor número, defensores do governo gritavam “Fidel” na tentativa mal sucedida de abafar palavras de ordem do lado oposto, que pedia “liberdade”.
O movimento, cujo epicentro foi em San Antônio de Los Baños, cidade vizinha da capital, Havana, de 50 mil habitantes, é um acontecimento raro na Ilha, onde a oposição ao regime de partido único é ilegal.
A crise econômica enfrentada por Cuba desde antes da pandemia de Covid-19 se agravou a partir da redução do fluxo do turismo, principal fonte de renda da população.
Fonte: Pleno News