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CINEMA – Resenha: Wicked – Parte 1

Resenhado por Douglas Campanhol

Ficha Técnica

Título Original: Wicked
Duração: 2h 41min
Direção: Jon M. Chu
Roteiro: Winnie Holzman, Dana Fox
Elenco: Ariana Grande, Cynthia Erivo, Jonathan Bailey
Gênero: Fantasia, Comédia Musical
Lançamento: 21 de novembro de 2024


Resenha

Se você espera encontrar em Wicked apenas mais uma adaptação de um musical, vai se surpreender. O filme é uma verdadeira mistura de High School Musical com Harry Potter. E isso é um elogio! Com muita magia, músicas e uma pitada de drama adolescente, essa primeira parte de Wicked é um espetáculo visual e sonoro que te leva direto para o Reino de Oz. Mas, um aviso importante: assista legendado! Infelizmente, a dublagem, especialmente nas partes musicais, não conseguiu capturar a grandiosidade das performances.

Logo de cara, o filme nos apresenta a Elphaba (Cynthia Erivo), a jovem de pele verde que sempre foi incompreendida e enfrenta preconceitos desde o início. Do outro lado, temos Glinda (Ariana Grande), uma garota popular e um tanto egocêntrica, mas com um carisma irresistível. A amizade improvável entre as duas é o coração da história, e a química entre as atrizes é sensacional. Ariana Grande surpreende como atriz e entrega momentos emocionantes e músicas de arrepiar. Cynthia Erivo, por outro lado, rouba a cena com sua força e vulnerabilidade em uma atuação de tirar o fôlego.

As músicas são, sem dúvida, um dos pontos altos do filme. Defying Gravity é um espetáculo à parte e faz valer cada segundo na sala de cinema. No entanto, é preciso destacar que algumas canções poderiam ser mais curtas, já que em certos momentos elas quebram o ritmo da narrativa. Isso pode cansar um pouco o público, especialmente para quem não é fã ardoroso de musicais.

O filme também brilha ao abordar temas como preconceito e a complexidade de não julgar um livro pela capa. Wicked consegue, de maneira habilidosa, contar a história da Bruxa Má do Oeste sob uma nova perspectiva, mostrando que talvez ela nunca tenha sido realmente má. Essa humanização de vilões pode ser clichê nos dias de hoje, mas quando é bem executada, como aqui, funciona perfeitamente.

A fotografia e os efeitos visuais são impressionantes. O Reino de Oz ganha vida de maneira vibrante e mágica, transportando o espectador para um mundo de pura fantasia. O diretor Jon M. Chu equilibra bem os momentos grandiosos com os mais íntimos, criando uma narrativa envolvente que te mantém interessado até o final.

Apesar de todos os pontos positivos, Wicked – Parte 1 não é um filme épico que dá vontade de assistir repetidamente. Ele cumpre bem o papel de introduzir a história, mas deixa claro que a verdadeira grandiosidade será reservada para a segunda parte. Ainda assim, é uma experiência mágica e emocionante que vale muito o ingresso.

Nota

★★★★☆

Reflexão Final

Wicked nos lembra que todas as histórias têm mais de um lado. Enquanto seguimos os passos de Elphaba e Glinda, aprendemos sobre aceitação, amizade e o impacto de nossas escolhas. É um lembrete poderoso de que a vida é feita de nuances, e nem tudo é preto no branco – ou verde no rosa, no caso deste filme. Vá ao cinema, se encante com as músicas e deixe o Reino de Oz despertar o melhor em você.

Entendendo Oz e a Bruxa do Oeste: O peso da história antes de assistir Wicked

Se você está planejando assistir Wicked – Parte 1, saiba que a experiência será muito mais rica se você entender o universo do Reino de Oz. Afinal, Wicked é uma história que expande o mundo de O Mágico de Oz, um dos livros infantis mais influentes da história. Vamos explorar quem é a famosa Bruxa Má do Oeste, o Reino de Oz, e por que tudo isso é tão importante para o filme.

Quem é Oz e qual é a essência do livro?

Escrito por L. Frank Baum em 1900, O Maravilhoso Mágico de Oz é um dos livros infantis mais amados de todos os tempos. A trama segue Dorothy Gale, uma jovem que vive no Kansas e é transportada por um tornado para o mágico e colorido Reino de Oz. O livro narra sua jornada para encontrar o Mágico de Oz, um ser aparentemente poderoso que pode ajudá-la a voltar para casa. No caminho, ela conhece personagens icônicos como o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde, cada um buscando algo essencial para suas vidas.

Mas O Mágico de Oz vai além de uma história de aventura. Ele explora temas como coragem, amizade, e o poder de acreditar em si mesmo. Cada personagem enfrenta desafios que, no fundo, são metáforas para a vida real. Por exemplo, o Espantalho pensa que precisa de um cérebro, mas constantemente demonstra inteligência; o Homem de Lata quer um coração, mas é extremamente empático; e o Leão Covarde descobre sua coragem ao enfrentar o perigo. Esses ensinamentos fazem do livro uma obra atemporal.

Quem é a Bruxa Má do Oeste?

No livro original, a Bruxa Má do Oeste é a principal antagonista. Ela governa uma parte do Reino de Oz com mão de ferro e tem um exército de macacos voadores à sua disposição. A bruxa é retratada como cruel, vingativa e obcecada por poder, e sua icônica pele verde foi uma invenção do clássico filme de 1939. Ela se torna o maior obstáculo para Dorothy e seus amigos, principalmente após o famoso incidente com os sapatos de rubi, que pertenciam à irmã da Bruxa e foram dados a Dorothy.

Entretanto, Wicked subverte essa visão. Ele narra a história de Elphaba, a futura Bruxa Má do Oeste, antes dos eventos de O Mágico de Oz. O filme mostra que Elphaba nunca foi realmente má. Ela era uma jovem incompreendida, rejeitada por causa de sua aparência (pele verde) e de suas ideias, mas extremamente leal e idealista. Essa perspectiva humaniza a vilã e nos faz questionar como as narrativas podem moldar a forma como enxergamos as pessoas.

A relação com O Mágico de Oz

A conexão entre Wicked e O Mágico de Oz é profunda. O filme e o musical revelam a história não contada de personagens como Glinda, a Bruxa Boa do Norte, e Elphaba, mostrando como suas escolhas e diferenças levaram ao confronto retratado no clássico de Baum. Ao entender isso, você percebe o peso emocional das decisões e como os eventos moldaram as duas personagens.

Curiosidades sobre o musical e o filme

1. Sucesso na Broadway: Wicked estreou na Broadway em 2003 e se tornou um dos maiores sucessos da história dos musicais. Com músicas icônicas como Defying Gravity e Popular, ele redefiniu o gênero para uma nova geração. A peça recebeu diversos prêmios e ainda é um dos shows mais procurados no teatro americano.

2. Origem das canções: A trilha sonora de Wicked foi composta por Stephen Schwartz, conhecido por suas composições emocionantes e poderosas. Mesmo quem nunca viu o musical provavelmente já ouviu alguma música graças à sua popularidade.

3. Atores icônicos: Na versão original da Broadway, Idina Menzel (famosa por dublar Elsa em Frozen) interpretou Elphaba, enquanto Kristin Chenoweth trouxe Glinda à vida. Elas se tornaram referência para qualquer atriz que assumisse os papéis.

4. Adaptação cinematográfica: O filme Wicked – Parte 1 foi dirigido por Jon M. Chu, que também comandou Em Um Bairro de Nova York. Para trazer o musical ao cinema, o diretor dividiu a história em duas partes, permitindo um maior aprofundamento nos detalhes e na narrativa.

5. Ariana Grande e Cynthia Erivo: No filme, Ariana Grande interpreta Glinda com seu carisma e talento vocal, enquanto Cynthia Erivo traz profundidade a Elphaba, entregando uma performance que promete emocionar e impressionar.

Por que é importante entender isso antes de assistir?

Saber quem são os personagens e o que está em jogo em Wicked adiciona um peso emocional às escolhas de Elphaba e Glinda. A luta de Elphaba para ser aceita e compreendida é algo universal, e a amizade inesperada entre as duas protagonistas é um lembrete de que as diferenças podem unir em vez de separar. Ao conhecer a história por trás da Bruxa Má do Oeste, você se prepara para assistir ao filme com outros olhos, captando nuances e mensagens que talvez passassem despercebidas.

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