Resenha por Douglas Campagnol
Ficha Técnica:
Título: A Menina e o Dragão (Dragonkeeper)
Duração: 1h 40min
Direção: Salvador Simó, Li Jianping
Roteiro: Ignacio Ferreras, Pablo Castrillo
Elenco Principal: Mayalinee Griffiths, Bill Nighy, Anthony Howell
Gênero: Aventura, Animação, Família
Ano de Lançamento: 2024
Países de Produção: Espanha, China
Distribuição: IMAGEM FILMES
Resenha:
Fui assistir A Menina e o Dragão esta semana no Topázio Cinemas, uma animação que tem um público alvo claramente infantil, mas que traz uma história tão bonita e cativante que é capaz de emocionar pessoas de todas as idades. O filme, uma produção entre Espanha e China, traz um estilo de animação que foge ao que estamos acostumados com as grandes produções americanas, como as da Pixar ou da DreamWorks. Ao invés de um estilo chamativo e com humor para todas as idades, o filme se inclina mais para um visual delicado e uma história imersiva, repleta de simbolismos e cultura chinesa.
A trama se passa na China antiga e acompanha Ping, uma jovem órfã e escrava que se torna a improvável guardiã do último dragão imperial, Long Danzi. Após a destruição da aliança entre humanos e dragões pela ganância do império, Danzi protege o último ovo de dragão com a ajuda de Ping. Juntos, eles embarcam em uma jornada para garantir a sobrevivência da espécie dos dragões, em uma aventura cheia de perigos, aprendizados e crescimento pessoal para a jovem.
A história do filme é incrivelmente bonita. Ela traz lições que vão além do entretenimento infantil. Ping, durante o desenrolar da trama, passa por um processo de amadurecimento em que aprende que não precisa aceitar o destino que lhe foi imposto. O filme apresenta uma mensagem poderosa sobre liberdade de escolha, autoaceitação e a capacidade de cada um traçar o próprio caminho, independentemente das condições nas quais nasceu.
Outro ponto positivo é a qualidade da animação em si. O trabalho visual é belíssimo, e o estilo diferenciado, com traços delicados e cores suaves, oferece uma experiência visual que agrada aos olhos. A cultura chinesa é claramente presente nos cenários, na ambientação e nos detalhes da produção, o que dá ao filme um toque único. No entanto, o que realmente chama a atenção é a sensibilidade com a qual a relação entre Ping e Danzi, o dragão, é construída.
Infelizmente, um dos maiores problemas do filme é a dublagem. Embora a dublagem brasileira seja geralmente impecável, nesta produção, ela pareceu apressada e mal trabalhada, tirando o espectador da imersão em alguns momentos. Além disso, enquanto o público infantil vai se divertir, os adultos podem sentir que falta um conteúdo mais profundo.
Curiosidades:
– Origem literária: O filme é baseado no livro A Guardiã do Dragão, de Carole Wilkinson, publicado em 2003.
– Participação de Bella Chiang: A atriz Bella Chiang, que dublou a protagonista Ping, é conhecida por suas atuações em séries brasileiras.
– Indicação a prêmios: O filme foi indicado ao prêmio de Melhor Filme Espanhol no Golden Biznaga.
Conclusão e Nota:
A animação A Menina e o Dragão é uma bela obra cinematográfica que, apesar de alguns deslizes na dublagem, entrega uma história encantadora com uma forte mensagem de autodescoberta e empoderamento. A relação entre Ping e o dragão Danzi é o ponto alto da narrativa, e a jornada de ambos é tão cativante que seria fácil imaginar esse enredo sendo adaptado em um épico live-action. Embora fortemente voltado ao público infantil, o filme pode emocionar os mais velhos também.
Nota: ★★★★☆
Por quê? A nota de quatro estrelas é justa para A Menina e o Dragão, principalmente por sua bela animação, história emocionante e o valor educativo que oferece às crianças.