Uma epidemia de coronavírus felino (FCov) tirou a vida de cerca de 300 mil gatos somente nos últimos seis meses na ilha de Chipre, no Mediterrâneo. O vírus, que provoca a doença Peritonite Infecciosa Felina, atinge o sistema digestivo dos animais e tem causado estragos entre os felinos.
A situação é especialmente crítica porque a ilha de Chipre é conhecida por ter uma superpopulação de gatos, somando mais de 1 milhão de felinos, a maioria deles abandonados nas ruas. O número de animais da espécie chega a ultrapassar o de humanos, segundo afirmam especialistas.
A doença tem se mostrado altamente infecciosa e especialmente mortal para filhotes. Os principais sintomas são febre, fraqueza, inchaço na barriga e agressividade. A infecção, entretanto, não chega a afetar humanos.
Defensores dos animais têm reivindicado que o governo tome uma atitude, em meio à falta de tratamentos acessíveis e a subnotificação das infecções. O Ministério da Agricultura contabilizou apenas 107 óbitos este ano, mas os números não refletem a realidade.
Contatado pela AFP, o Ministério da Agricultura do país afirmou que está estudando “possíveis formas de resolver o problema” e analisando tratamentos disponíveis na União Europeia. Até o momento, a única opção disponível envolve uma despesa de 7 mil euros (R$ 37,6 mil) por cada gato.
Uma das opções avaliadas é o medicamento molnupiravir, utilizado para tratar coronavírus humano na Índia. Outra alternativa é um antiviral britânico para animais chamado GS-441524.
Além de Chipre, outros países da região já registraram a presença do FCov, como o Líbano, Israel e Turquia. Entretanto, não há dados concretos sobre as infecções devido à falta de estudos sobre o tema.
Fonte: Pleno News