Rockeiro falou sobre sua aversão ao ex-presidente Lula e às pautas da esquerda.
Digão, vocalista da banda Raimundos, revelou qual é a sua escolha para as eleições presidenciais deste ano. O rockeiro de 51 anos expressou aversão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contou que votará no presidente Jair Bolsonaro (PL). Embora descarte o rótulo de “bolsonarista”, ele afirma ser contrário a grande parte das pautas da esquerda.
– Eu sempre desconfiei dele [Lula]. Essa minha bronca com a esquerda, com o Lula, vem desde os anos 80. Eu vou lá e vou votar em quem eu acho menos pior. Se o Bolsonaro é o único que tem, então, vou ter que votar nele – declarou, em entrevista à coluna Splash, de Fernanda Talarico, do portal UOL.
O músico criticou a visão de que o rock precise ter viés ideológico de esquerda. De acordo com ele, essa é uma visão “clichê”, e o estilo musical deve ser “livre”.
– O rock não é de esquerda, o rock é livre. As pessoas acabam limitando quando tacham dessa maneira, e elas começam a me perseguir, porque eu não faço a cartilha. Acho clichê – opinou.
Digão foi alvo da chamada “cultura do cancelamento” em 2020, devido a suas críticas ao comunismo. Hoje ele afirma não ter medo da “perseguição online” que, para ele, acaba se revertendo em divulgação para seu trabalho.
– Eu sou um pouco polêmico, mas as pessoas não me compreendem muito. Em 2020, as pessoas me cancelaram porque eu falei mal do comunismo. Mas uma coisa é clara, o nome só mudou, porque isso, na verdade, é censura. O Instagram te censura, as próprias pessoas perseguem as outras. Eu senti na pele, mesmo que um pouquinho, como os judeus se sentiam sendo perseguidos. (…) Eu não tenho medo de ser questionado, de falarem mal de mim. Quanto mais falam de mim, mais me divulgam. Eu aprendi isso, na primeira vez que eu fui cancelado. Me deu um pouco de medo e tal, mas hoje eu estou cagando para essa galera – assinalou.
Ao definir sua visão política, ele conta não seguir nenhuma cartilha, mas seus próprios princípios. Segundo Digão, a única pauta progressista com a qual ele se identifica é a legalização da maconha.
– Eu sou uma pessoa que não sigo uma cartilha. O Raimundos nunca seguiu rótulo, tendência ou modismo. A gente nunca deixou de ser a gente. Eu não sou bolsonarista, não sou de esquerda, não sou p**** nenhuma. Eu sou Digão, roqueiro, sou pai de família e eu sei o que eu não quero para o meu país. Mas o que eu quero infelizmente não existe. Para mim, não existe vitória para o povo na política – avaliou.
Digão ainda lembrou de suas polêmicas recentes com outros colegas da classe artística em razão de suas opiniões políticas. O rockeiro esteve envolvido em discussões com Pe Lu, Tico Santa Cruz e João Gordo.
– Tico [Santa Cruz], João Gordo, são eles que defendem essa cartilha que rock é de esquerda. O João Gordo declarou que vai votar no Lula mesmo e f***-**. Eles não têm envergadura moral para falar de mim, até porque se eles querem xingar o Bolsonaro, o problema deles e do Bolsonaro. Não é meu. Eu não estou nem aí para eles. (…) A galera da esquerda é sem moral para falar de mim. Eu nunca ataquei o povo ou as pessoas que querem ser de esquerda, mas as pessoas sempre me atacaram. Eu sempre ataquei o Lula político, mas nunca ataquei quem acredita nele – pontuou.
Fonte: Pleno News