Jornais destacaram a indignação com a qual as declarações do deputado foram recebidas no Brasil.
As declarações feitas pelo deputado Arthur do Val (Podemos-SP) sobre as mulheres ucranianas não repercutiram apenas em território nacional neste final de semana. No sábado (6) e no domingo (7), veículos de imprensa ao redor do mundo noticiaram as falas do parlamentar de que as mulheres da Ucrânia seriam “fáceis, porque são pobres”.
No sábado, o site do jornal francês Le Figaro comentou que o deputado, que “se gabou” de ter feito coquetéis molotov para o conflito na Ucrânia, “enfrentou uma avalanche de críticas em seu retorno ao Brasil”. O veículo francês ainda afirmou que inúmeros parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo pediram a cassação de Arthur após a declaração.
No domingo, foi a vez do site norte-americano New York Post e do jornal britânico The Guardian noticiarem o ocorrido. Em sua matéria, o Post destacou que comentário de Arthur “provocou indignação depois que a mídia brasileira vazou gravações secretas dele discutindo a viagem em termos tão grosseiros que ele teve que suspender sua campanha para ser governador de São Paulo”.
Também no domingo, o site do jornal britânico The Guardian afirmou que os objetivos “aparentemente nobres” da viagem do deputado e do líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, “foram quebrados na sexta-feira” quando a mídia brasileira “publicou mensagens de áudio nas quais Do Val falava em termos altamente ofensivos sobre as refugiadas ucranianas”.
ÁUDIO VAZADO
No áudio vazado nas redes sociais, o deputado estadual faz uma série de comentários machistas e preconceituosos sobre as refugiadas ucranianas. Nas gravações, o parlamentar afirma que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. Ele também diz que a quantidade de seguidores em seu Instagram facilita o acesso às mulheres.
– Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas “minas”, em dois grupos de “mina”, e é inacreditável a facilidade – diz o deputado, em tom de vitória.
Ainda segundo o pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, e aliado do ex-juiz Sergio Moro, que após a repercussão do fato rejeitou receber o apoio de Arthur, “a fila da melhor balada do Brasil não chega aos pés da fila de refugiados”.
– Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteira a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de “mina” bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série – diz ele.
Fonte: Pleno News