Ao todo, 7.612 vidas foram perdidas pelo uso elevado de bebidas no último ano, sendo que a maior parte dos óbitos ocorreu a partir de abril de 2020, logo após os primeiros falecimentos pela Covid-19.
O isolamento social durante a pandemia provocou um aumento de quase 20% nas mortes por alcoolismo no Brasil. Dados dos Sistema de Informação sobre Mortalidade no Brasil mostram que houve crescimento de 18,4% nos óbitos causados por transtornos mentais ligados ao uso de álcool. Comparando os dados dos últimos 10 anos, os especialistas apontam que, na maior parte do período, havia queda deste tipo de óbito. No entanto, com a crise sanitária, a curva inverteu. Até então, a maior alta na mortalidade por alcoolismo havia acontecido entre 2011 e 2010, com um aumento de 3,9%. Entre 2012 e 2017, a tendência foi de queda, chegando a quase 15% de redução. Entre 2018 e 2019, houve elevação de apenas 0,2%. No ano passado, o índice disparou e chegou aos 18,4%. Ao todo, foram 7.612 vidas perdidas para o uso elevado de bebidas, e esses são apenas números oficiais. A maior parte das mortes ocorreu a partir de abril de 2020, logo depois dos primeiros óbitos provocados pela Covid-19. O aumento na ingestão de álcool se concentrou entre aqueles que já eram considerados “abusadores”, ou seja, pessoas que bebem mais de cinco doses por dia. Mais de 300 mil pessoas morrem por ano com doenças relacionadas ao alcoolismo, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) é categórica: não existe limite seguro para o uso de álcool.
Fonte: Jovem Pan