Técnico evitou responder perguntas de jornalistas.
Quatro dias após dar uma entrevista, Tite, visivelmente incomodado, com voz baixa e com sentimento de despedida por causa do clima ruim em torno de Seleção Brasileira, subiu o tom após a vitória do Brasil no jogo com o Paraguai, por 2 a 0, e garantiu que jamais pensou em deixar o comando da equipe brasileira. No dia em que prometeu esclarecimentos, o treinador foi evasivo e falou pouco de futebol.
– Eu pensei no meu trabalho e nas exigências que eu teria a cada dia. Continuamos trabalhando e tenho de fazer um agradecimento especial, pois a minha energia ficou voltada para isso. Não sou hipócrita e não sou alienado. Eu sei que coisas aconteceram. Mas sei também dar prioridade, que é cuidar do meu trabalho – afirmou o técnico.
Cuidadoso com as colocações e evitando polêmicas, Tite se esquivou o máximo possível ao falar sobre o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, com quem estaria em rota de colisão nos últimos dias e, por isto, correria o risco de deixar o comando da equipe nacional.
Questionado se a sua decisão seria diferente caso Caboclo ainda estivesse no comando da CBF, Tite respondeu sem convicção, com ironia e demonstrando certo incômodo.
– Se não tivesse parado de jogar com 27 anos, [eu] não seria técnico. Iria até uns 40. “Se, se…”, sobre “se” não dá para responder – desconversou.
O técnico da Seleção também se esquivou quando foi questionado sobre as polêmicas dos últimos dias. Não esclareceu o que pensa sobre a imposição ao grupo de disputar a Copa América e sobre uma possível pressão para sua demissão.
– Meu limite é o da serenidade e paz, de trabalho, de respeitar a todos com o mesmo cuidado com que Marquinhos foi feliz em dizer, de não colocar palavra na boca dos outros. A informação verdadeira é grande prevenção. Tem de saber da situação. Temos posições, mas [também] a grandeza de buscar um momento particular de externar [elas] – afirmou, citando o jogador Marquinhos, que negou que jogadores tenham falado em recusar-se a vestir a camisa da Seleção.
Sobre a vitória sobre o Paraguai, Tite disse apenas que veio de um duelo com enorme grau de dificuldade e que foi facilitada pelo gol no início do jogo.
– O fato de sair[mos] na frente [nos] deu condições de administrar o jogo; não precisamos ir buscar o gol toda hora. A pressão foi para o lado do Paraguai – avaliou.
Fonte: Pleno News