Associações afirmaram que não foram avisadas de que seus nomes constariam em boletim emitido pela entidade.
Diversas entidades médicas do Brasil se manifestaram contrárias ao posicionamento da Associação Médica Brasileira (AMB), emitido na terça-feira (23), que condenou a prescrição de corticoides e anticoagulantes em casos leves da doença e pediu o banimento de medicamentos que tem sido usados contra a Covid-19, o chamado Kit-Covid, como a cloroquina, ivermectina e azitromicina.
A razão para as críticas foi o fato de que a AMB, formada por 27 associações federadas e 55 sociedades de especialidades, assinou o boletim divulgado na última terça com o nome de todas as entidades vinculadas à associação, apesar de algumas instituições não terem dado anuência ao posicionamento emitido.
As entidades então passaram a questionar a AMB não apenas por terem seus nomes vinculados a um posicionamento sobre o qual não foram consultadas, mas também por considerarem que a nota afrontava a autonomia dos médicos, garantida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Com os protestos, a AMB editou a nota com a assinatura de apenas 16 entidades.
Uma das associações que se manifestou contra o posicionamento foi a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Em nota, a entidade se disse surpreendida pela divulgação e destacou que não assinava o manifesto, uma vez que não participou da discussão para sua elaboração.
– Em campanhas anteriores, a Associação Médica Brasileira (AMB) sempre planejou as ações consultando previamente as federadas e sociedades de especialidades. Acreditamos que esse modo de agir, além de ser democrático, enriquece e aperfeiçoa as medidas tomadas – declarou a ABP.
Já a Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN) publicou nota questionando de forma mais firme os itens que condenavam o uso de medicamentos como hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina, bem como a prescrição de corticoides e anticoagulantes em casos leves da Covid-19.
– [A AMRN] não concorda com os itens 7 e 8 do Boletim 02/2021, emitido pelo Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 da Associação Médica Brasileira, razão pela qual solicita sua exclusão como signatária do referido documento – pediu a direção da associação potiguar.
As associações Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE) e Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) afirmaram que foram comunicadas com pouco tempo hábil para analisar o conteúdo do boletim e que, por isso, não concordavam com a atitude da AMB. A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), por sua vez, disse que sequer foi avisada.
Fonte: Pleno News