Com rápida retomada do consumo, varejo brasileiro estima alta nas vendas para os próximos meses.
A reabertura do comércio e a flexibilização das medidas restritivas na pandemia trouxeram resultados positivos para o varejo brasileiro. Mesmo com o fechamento das lojas durante o período de isolamento social, o segmento já registrou alta de 30% no faturamento durante os primeiros dois meses da retomada econômica, com crescimento atual em 40% quando comparado ao mesmo período do ano passado e tendência ainda mais positiva para o fim do ano, avalia o superintendente das Lojas Cem, José Domingos Alves. “Sem dúvida nenhuma a retomada no varejo, no comércio, a reabertura de forma geral foi surpreendente. A gente estava apreensivo como seria a retomada e houve um consumo bem cima do que estávamos programando, até em questão de estoque. A própria indústria foi pega de surpresa, tudo estava parado, a indústria não estava produzindo e essa retomada deu esse choque.”
José Domingos conta que a retomada do consumo foi tão rápida que chegou a falta alguns produtos nas lojas. Ele explica que devido a pandemia, as indústrias estavam paralisadas o que levou a falta de matéria prima em parte da produção. “Está começando a normalizar. A indústria já começou a produzir para atender a demanda. Ainda há algumas marcas e produtos [em falta], mas de forma geral podemos dizer que a coisa está voltando ao normal.” O superintendente reconhece que a reabertura das lojas também foi marcada por aumento de preços. “O aumento do dólar, que deu uma disparada, influencia bastante, são muitos produtos importados. Os insumos são importados e isso encarece a produção. Há uma pressão muito grande com relação a isso, mas há uma negociação muito forte com os nossos fornecedores para que possamos ter um produto que possa ser vendido e o consumidor passa comprar sem alterar tanto a sua condição financeira.”
José Domingos Alves garante que a expectativa para a Black Friday e o Natal, importantes eventos para o varejo brasileiro, é de alta nas vendas e, até mesmo, “o melhor natal dos últimos anos”. “Nos últimos meses, as nossas vendas se comparam com o mês de dezembro, então imagina o que vai acontecer na próxima data festiva. Estamos preparados com relação a estoque, conseguimos fazer negócios com nossos fornecedores e esperamos uma demanda muito superior ao ano passado”, avalia. Para tornar isso possível, a empresa manteve todos os investimentos e projetos ao longo do ano, como ampliação do Centro de Distribuição com investimento avaliado em R$ 150 milhões e abertura de novas filias. Para 2021, a projeção é que os investimentos aumentem ainda. “Nós temos um privilegio de ser uma empresa bem estruturada, pé no chão. Nosso varejo não é feito por momento, somos varejo para longas datas. Tanto é que somos a empresa mais antiga do varejo brasileiro, nunca fechamos uma filial e todos os nossos investimentos que haviam sido planejados foram mantidos. A expectativa é essa, tudo indica que teremos um primeiro trimestre de 2021 nessa crescimento de retomada da economia. Espero que isso se confirme também ao decorrer do ano e fique um aleta para todos os nossos economistas para levar um pouco mais otimismo para o nosso povo, um pouco mais de esperança. O Brasil é um país que tem condições de produzir e de consumir.”
Fonte: Jovem Pan