“Apanhei muito. Hoje em dia fala-se muito de cancelamento, mas eu sou cancelada pela crítica há décadas. Estou acostumada,” disse cantora.
Paula Toller concedeu uma rara entrevista ao pesquisador musical Rodrigo Faour e abriu o jogo sobre a vida pessoal e a carreira, incluindo o fim do Kid Abelha. Segundo o jornal Extra, durante a live, a artista, de 58 anos de idade, deixou a discrição de lado e esbanjou simpatia durante o bate-papo e mandou até beijinho no ombro para as perseguições que sofreu ao longo da carreira.
“Apanhei muito. Hoje em dia fala-se muito de cancelamento, mas eu sou cancelada pela crítica há décadas. Estou acostumada. Era um massacre, um bullying. Atualmente teria mil nomes para isso. É claro que eu também estava aprendendo. Fazia um monte de coisa que deu certo e um monte de coisa que não deu. Mas eu tinha, sim, a ambição de ser uma compositora, uma cantora, uma artista”, disse ela, mostrando que não se incomoda com as críticas.
A cantora também relembrou os incessantes convites para posar nua quando a banda estava no auge:
“Isso era um clássico daquela época, dos anos 80 e 90. Você tinha que cumprir coisas. Você ia no ‘Fantástico’, ganhava o prêmio tal e posava nua se fosse mulher. Eu pensava naquilo… Eu não fico presa num estúdio de televisão, é diferente. Imaginava eu naquele ônibus com a banda viajando… E aquelas pessoas ali, folheando a revista… Meu filho pequeno… Foram várias propostas. Tinha uma espécie de ranking na época, das mais desejadas, que eram as que não topavam. Mandavam flores, chocolate.”
Ao falar sobre a intimidade, Paula até entregou com quantos anos perdeu a virgindade:
“Não andava com o pessoal mais moderninho, não. Da minha roda de amizade, da escola ou da rua, fui uma das últimas a namorar. Comecei a namorar com 15, mas fui uma das primeiras a transar. Já tive logo um primeiro namorado que durou quatro anos.”
E mostrou que não há ressentimento pelo fim do Kid Abelha:
“Tenho o maior respeito, e o Kid Abelha para mim não é nenhum tabu. É uma coisa que só foi boa. Acabou porque tinha que acabar porque não seria mais boa. Tem uma hora que os personagens não cabem mais em você. Sinceramente tive muita sorte de fazer sucesso muito cedo, de fazer um grande sucesso muito cedo. Estou falando de coração. Só tenho boas lembranças. Tudo de bom que tenho na vida foi a música que me deu. Até o Lui (Farias, marido)”
Fonte: Folha Vitória